sábado, 7 de fevereiro de 2009

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Houve um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flôres.Para onde iam as flôres? quem as comprava? em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las?Eu não era mais criança, porém minha alma ficava completamente feliz.Houve um tempo em que minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda.À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava histórias.
MOSAICOS: ALEXANDRE ALMEIDA

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